Acredito que quando saímos desse mundo físico deixamos um pouco da nossa energia. Senti isso ao visitar a casa de Anne Frank – antes dela ir para o ‘anexo’- onde passaria dois anos escondida. Na frente do prédio de 3 andares, – ela morava no segundo – há uma praça com uma pequena estátua da menina. A praça, que na época e hoje, pais e filhos brincam, há paz. Mas ao olhar para o chão, algo me chamou atenção – entre os paralelepípedos brotam pequenas margaridas…Muitas delas…

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Sim, em meio a pedras, em um pouco de terra, vida e beleza nascem. Flor com cara e ingenuidade de criança. Com leveza e pureza. Vejo crianças brincarem, acho que assim que Anne brincava… Olho para a estátua e vejo que uma criança consegue ter conexão com sua alma e assim conseguir evoluí lá mais rápido. Saio andando até a esquina e vejo com emoção a livraria onde o pai da menina comprou seu diário*. Me pergunto: Será que esse pai imaginaria que um diário mudaria o rumo da ‘vida’ – mesmo depois da morte – de uma menina? Será que esse pai saberia que um diário carregaria tantas riquezas e ajudaria Anne a ‘aguentar’ a barra de viver escondida? Acredito que nas limitações do corpo/ mente humana, ele jamais imaginou…Sinto cheiro de lavanda… Sim, na frente da livraria há plantações de lavanda. Lindo de se ver e sentir. Sinto vontade de voltar para a praça para tirar fotos das margaridas. Quando chego perto da estátua, vejo que alguém deixou uma flor vermelha na estátua. Provavelmente uma criança que ali brincava – ingenuidade de criança, algo que Anne tinha, mesmo a tanta profundidade de pensamentos. Tiro foto e vou rumo à estação onde pegarei o ‘tram’, para continuar os passeios. Sento novamente em frente a livraria e agradeço. Agradeço por um pai ter comprado um diário – ao invés de um brinquedo qualquer. Por uma menina ter escrito tantos ensinamentos, em meio ao terror. Pelo cheiro de lavanda. Por ter a oportunidade de sentir tudo isso. E, por Anne ter entrado em contato com sua alma e deixar tantos frutos! Que sua alma, onde estiver, esteja livre como um pássaro!

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‘Quero continuar vivendo mesmo depois da minha morte’ escreveu Anne no seu diário. Sim Anne você conseguiu!!!

* ela chamava o diário de kitty

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