Segundo o dicionário Aurélio, EMPATIA significa forma de identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa. Lindo né? Mas na prática – para muitos – se essa ‘tal identificação’ não fizer parte do que você acredita a empatia fica, muitas vezes, quase que ‘intragável’.

Não satisfeita com a explicação do Aurélio, recorri ao Michaelis, e tudo fez mais sentido, está escrito: “Habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa”! A verdade é que se você não se por – realmente – no lugar da outra pessoa – nada faz sentido. Em tempos de redes sociais, o julgamento virou essencial para a maioria das pessoas. Xingar, gritar, mandar indiretas, colocar se em uma posição ‘elevada entre outras baixarias, virou parte do cotidiano. As pessoas se alimentam de ‘comidas pouco nutritivas’ – nesses canais – e com isso vão jogando no ventilador a porcaria toda. Achamos que temos liberdade, e temos mesmo, mas o que fazemos com ela? Esquecemos que para ter a completa liberdade precisamos estar em eterna vigilância. Viramos juízes, capazes de detonar a vida de quem não concorda com a gente. Há aqueles que além de expor a própria vida, se acham no direito de expor daquele que não suportam isso. Somos mal educados na arte de viver e entender como viver bem. Valores são formados em notícias de ‘politicamente correto’. Mas o que seria o correto se ao olhar para o outro, não consigo ver a minha própria dor? Todos temos as mesmas dores! Se um é negro, judeu, católico, evangélico, sofrem dos mesmos preconceitos… Por que um nazista, e isso me dá arrepios ao escrever, porque em 2017, anos depois de Holocausto, há pessoas – e muitas – que ainda se encantam com esse tipo de barbaridades, não consegue enxergar que ele é tão igual àquele que ele tanto odeia? O que dá o direito a uma pessoa entrar em redes sociais e chamar outra de aproveitadora, idiota, desejar, instigar a morte e etc só porque suas idéias não são o que ‘ela gostaria de ouvir’? Pessoas ficaram viciadas no ato de ficar conectadas o tempo todo, na desculpa de que ‘precisam saber o que acontece’, na real é para saber sobre a vida do outro. Não se engane, o julgar já vem no automático. Isso é como uma droga, e a necessidade é cada vez maior!

Desculpa, mas enquanto não largarmos ‘novos hábitos’ ‘online’— de julgamentos e achismos – em ‘bisbilhotar’ a vida dos outros, e no ‘offline’ evitarmos de mergulharmos para dentro de nós, para um conhecimento verdadeiro e puro e entendermos que todos nós, sem exceção “Do pó viemos e ao pó voltaremos” (Genesis 3:19), a empatia ficará só nas ‘páginas’ de um dicionário, ainda que online, mas tão longe da realidade. Não se esqueça que em um passado, não tão distante, o ‘politicamente correto’ – para muitos – era ‘um ser’ que achavam extremamente inteligente, que sonhava com uma ‘raça pura’, e para isso era necessário matar judeus, negros, gay entre outros. Ops, e como um Dejà vu, apareceram ‘entusiastas’ dessa mesma barbaridade, em Charlottesville, e continuam aparecendo em redes sociais e em qualquer esquina. Tomara que esses mesmos que odeiam e julgam – sem cessar – entendam que o ódio deles só é o reflexo de seu próprio espelho.

Nurya Ribeiro

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