Durante toda nossa vida procuramos conforto. Justificamos ‘falando’ que queremos estabilidade, mas isso não tem nada a ver com a ‘sensação’ do estável.

A verdade é o que justificamos ao longo da vida são os excessos de confortos que adquirimos durante nossa jornada. Falamos que vamos de carro porque é mais confortável; que não vamos mudar de trabalho porque lá temos tudo – segurança, crescimento garantido. No relacionamento justificamos que ‘somos assim, e não vamos mudar’, que a criança é mal educada porque tem ‘gênio forte’, que comemos a comida congelada/pronta porque é mais prática – basta abrir a embalagem e colocar no microondas – sem falar dos enlatados.

Achamos normal ficar o dia todo no celular ‘conectados’, que ter um tablet  ajuda a desenvolver muito mais que brincar no quintal, que tomar o remédio é mais fácil do que mudar a alimentação … enfim justificamos, justificamos e justificamos.

Mas a verdade é que não fomos feito para vivermos no excesso de conforto.

Olhe ao redor. O que ganhamos com o excesso de conforto? Além de corpos gordos, uma saúde frágil, crianças mimadas, e uma vida que temos que ter sempre mais, ou seja, uma exaustão sem fim.

Estagnamos, mas estagnar é andar para trás. Quando saímos do propósito para que fomos feitos e nos escondemos ‘nas explicações’, nos perdemos. Estamos aqui para evoluir, isso é fato. Ninguém quer piorar, mas se isso é realmente verdade, por que ao alcançar o tão almejado conforto, não nos sentimos repletos e prontos para aproveitar?

Porque na verdade, precisamos sempre estar em movimento, em busca da melhora não só para nós mas para nossa sociedade, de sair da área de conforto.

Agora te pergunto, qual área você precisa sacudir a poeira? Na física, emocional, espiritual, familiar? Não se engane, a estagnação é uma armadilha, a areia é fofa e confortável , mas ela não foi feita para construir uma casa. Na vida, muitas vezes, precisamos ‘deixar o carro e, para nosso bem estar, precisamos ir andando’. Não estou falando que não devemos ter conforto, claro que sim, mas não o excesso, achar que sempre estaremos em ‘águas tranquilas’. Aliás o excesso nos sufoca, cega, nos deixa sem energia, sem ação.

Que possamos ter o poder de atiçar, cutucar, e levantar nossa alma desse estado de inércia em relação a nossa missão individual e coletiva, porque enquanto estivermos ‘andado’ saberemos que ainda há tempo de mudar o que for preciso.

Nurya Ribeiro

 

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